segunda-feira, 27 de maio de 2013

Hospital

Quando eu tinha uns 10 anos de idade, costumava ir toda tarde quando voltava da escola, com minha mãe nos hospital em que ela era diretora. Eu ficava andando pelos corredores, conversava com os enfermos, médicos(quando não estavam ocupados) e enfermeiras. Todos eles era sempre muitos gentis comigo e me adoravam.
Um dia, quando minha mãe teve que ir ao hospital resolver algumas coisas fora do horário que costumava trabalhar, fui brincar de explorar (eu adorava fazer isso quando criança), ele já estava fechado e lá só havia eu e minha mãe. Saí de perto da minha mãe e ela nem percebeu. Comecei pelos corredores. Entre nas salas dos médicos procurando por qualquer coisa, era só uma brincadeira. Desci as escadas e vasculhei andar por andar. Fui até o último e pensei que já tinha acabado então comecei a voltar.
Fui andando pelo corredor por onde tinha vindo e vi um corredor a minha direita que não lembrava de ter entrado. Sem sombra de dúvidas, virei à direita e havia umas escadas descendo ainda mais. Eu nunca tinha visto aquele corredor e isso me deixou cada vez mais curioso. No final da escadaria havia uma porta. Abri devagar pois vi que a luz estava apagada. Assim que entrei no cômodo o ar pesou sobre mim e senti-o muito úmido. Procurei um interruptor passando a mão pela parede. Era fria e parecia de pedra bruta, diferente de todo hospital. Achei o interruptor e liguei. Assim a luz tomou conta do lugar eu pude ouvir barulhos que pareciam com gritos e grunhidos e me deparei com uma sala enorme e várias portas com grades, como de calabouços. Andei devagar até elas e vi a coisa mais horrível que alguém poderia ter visto. Pessoas presas em macas e grades, ao lado de cada uma haviam equipamentos que pareciam medir seus sinais vitais. Percebi que os testes eram divididos por categorias e em cada categoria haviam diferentes tipos de pessoas específicas, como se observassem reações em diferentes indivíduos. Quando elas me viram arregalaram os olhos e pereciam implorar por socorro, mas falavam nada pois suas bocas estavam tampadas com coisas que pareciam mordaças. Vi também que no início da sala havia um armário com portas de vidro. Cheguei mais perto e vi que se tratavam de substâncias que seriam avaliadas, amostras de sangue dos prisioneiros, órgãos em conservantes e várias coisas horríveis. Entrei em pânico total e saí correndo de lá o mais rápido possível.
Quando cheguei em minha mãe ela parecia nem ter notado que eu saí de perto dela, ainda estava ocupada, mas logo perguntou por onde eu estive. Ainda em choque falei que só estava dando uma volta pelo hospital e ela pareceu não ligar muito. Depois de um mês  minha mãe saiu do hospital e eu nunca soube exatamente o que acontece lá.

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